XÔ, PREGUIÇA! APRENDA UM NOVO IDIOMA!

Hoje é dia 21 de janeiro e eu li 0 (zero) livros da meta. O que é um problema, pois a meta são 26 livros e isso significa que eu teria que ler de dois a três livros por mês. Vai ser muito improvável que, com esse ritmo, consiga ler dois livros até o fim de janeiro (mas veremos).
Mas, afinal, o que está acontecendo? Vou tentar me justificar dizendo que comecei pelo livro em alemão Der Teufel von Mailand (O Demônimo de Mailand) do escritor suíço Martin Seuter. Na verdade, comecei a lê-lo no fim de dezembro e já li cerca de 60%.
A União Europeia mede a proficiência de uma pessoa num idioma em seis níveis: básico (A1 e A2), intermediário (B1 e B2) e avançado (C1 e C2) 1. O alemão é uma língua que resolvi aprender depois de adulta. Algumas pessoas dizem que isso é um problema, pois o cérebro já estaria formado, dificultando a proficiência. Eu também acreditava nisso, até ver esse depoimento de Benny Lewis, o poliglota irlandês, que aprendeu todas as línguas após os 21 anos de idade. Tenho até um pouco de orgulho de ser brasileira e ouvir ele dizer, logo no começo da palestra, que começou a se interessar por idiomas, porque viu um brasileiro fazendo isso naturalmente. Dica de coaching: Não importa quantos anos você tenha agora. Você pode aprender um novo idioma!

Então vamos lá a minha História com alemão. Eu estava morando na grande São Paulo e resolvi ter aulas particulares de alemão todos os sábados de manhã durante uma hora com um professor austríaco. Era um negócio sem pretensões claras e acabei desistindo depois de seis meses. Mas, às vezes, ainda fazia em casa os exercícios e atividades propostos pelo site Deutsche Welle.2
Uma amiga que morava comigo propôs: “Vamos para Alemanha!”. Já tinha algumas atividades profissionais que eu queria desenvolver lá e amigos e parentes que queria visitar, então, aceitei, aproveitando para fazer um curso de alemão (de três semanas) junto com a minha amiga. A gente escolheu Dresden, a capital da Saxônia. A minha motivação para escolher esse lugar foi porque ficava perto da República Tcheca. O meu sonho era conhecer a República Tcheca desde criancinha (E que país lindo!). Inclusive teve uma época na faculdade que tentei aprender tcheco, mas essa é outra história... O motivo da minha amiga era ser muito barato. A antiga Alemanha Oriental parece que ainda tem uma economia mais pobre. Leitores do nosso blog já me corrigiram dizendo que não está mais assim, que a Alemanha mudou muito nos últimos cinco anos!

Rio Elba em Dresden, Alemanha.

Chegando lá, me colocaram num nível B1. Isto é, pulei três níveis (do A1 para o B1) sem jamais entender o porquê. Fiz amizade com um tcheco (que também era lindo, mas não tomava banho!), que não falava inglês. Ele só fala tcheco e alemão até hoje. Então eu tinha que falar alemão de qualquer jeito. E ele fazia a gramática alemã parecer fácil. Por exemplo, eu nunca tinha estudado verbos no passado (nenhum tempo verbal), ele me explicou ali em 10 minutos e falou algo como: “Pronto! Agora você sabe, agora saia usando.”. Para mim, isso foi uma quebra de paradigma, porque eu estava esperando uma aula formal, com a professora na sala de aula explicando gramática para eu ter autorização formal para usar alguma coisa nova na gramática. “Meu Deus, como assim, eu podia aprender algo numa conversa de bar e sair usando?”. Dica de coaching: Aprenda e saia usando imediatamente. Ninguém precisa saber como você aprendeu!
No curso, peguei mais referências de sites 3,4. Voltei para o Brasil e nada de me matricular num curso formal de alemão. Fiquei estudando em casa mesmo. Como gosto de me colocar metas (vocês já sabem), coloquei a meta de estudar, pelo menos, duas horas por semana. Isso acontecia geralmente às terças-feiras à noite. Dica de coaching: Associar o seu hábito de estudo a um horário e a um dia da semana. Fica bem mais fácil de manter assim!

Ópera de Dresden, Alemanha.

A vida deu várias voltas... No meu caso, muitas voltas. O mundo caiu e tive que reconstruir o que sobrou de novo. Uma menina que estava noiva de um alemão veio dividir o apartamento comigo. Ela também estava estudando alemão sozinha e me deu a ideia de estudar em tandem. Isto é, procurar uma pessoa que quisesse aprender português e pudesse me ensinar alemão. Coloquei uns anúncios na internet e uma médica suíça me achou. Começamos a estudar por Skype e daí surgiu uma grande amizade, várias histórias e algumas viagens maravilhosas juntas. Paralelamente, a mulher de um amigo que trabalha na Alemanha também começou a estudar comigo (pessoalmente).
Depois que essas meninas foram para Alemanha, senti necessidade de me matricular numa escola formal. Porque não dava mais. Não tive nenhuma evolução por outros métodos. Entrei no nível B2 (no começo). Isso significa que consegui avançar um nível (do B1 para o B2) sozinha. Não foi rápido, não foi fácil. Mas já é alguma coisa. Essa turma está puxada para mim. Então descobri que o governo alemão dá bolsas para estudantes brasileiros com nível B2 (completo) aprenderem alemão na Alemanha.5 As inscrições são até o meio do ano.
Vai ser um pouco puxado para mim também, mas estou motivada a concorrer, por isso, vou puxar as leituras em alemão para o primeiro semestre. Talvez até leia mais livros em alemão do que os que já estão na meta. Por favor, tenham um pouco de paciência com os posts. Pode ser que eu escreva mais de um post sobre o mesmo livro.


Der Teufel von Mailand não é o que os especialistas recomendam. Existem livros adaptados para cada nível de aprendizado. Isso é o recomendado pelos professores. Não caia no engano de achar que um livro para crianças em outro idioma é um bom começo para quem quer aprender outro idioma. Muitas vezes, também não é. Der Teufel von Mailand é um livro normal para adultos suíços, é um romance policial. Comecei a lê-lo porque foi um presente dessa amiga suíça (aquela cuja nossa amizade começou pela internet!).
Também estou lendo de maneira errônea. Sou do tempo que a gente tinha que procurar palavras no dicionário em papel. Acho super prático essa coisa de dicionário online, dicionário digital, etc. Que é só procurar uma palavra lá e ela aparece na sua frente, quase magicamente. Eu leio e procuro quase palavra por palavra. Pelo menos, estava assim no começo, antes de perder o medo. No começo, minha velocidade de leitura era 4-6 páginas por hora. Isso desmotiva a maioria dos estudantes. Dicas de coaching: Saia lendo e pegue o significado das palavras pelo contexto!
Outro ponto que é muito importante é sempre ler um pouco e descrever o que você leu naquele idioma (com as suas palavras). Isso é fundamental para a absorção do vocabulário. Só que, no meu caso, dá uma preguiça... Se esse for o seu caso também, assista a palestra do psicanalista Flávio Gikovate sobre a preguiça como hábito autodestrutivo. Nunca tinha pensado a preguiça como algo que estivesse atrapalhando a minha vida. Esta palestra está ajudando a me despertar.

Se você quer mais dicas sobre como aprender com mais eficiência, vale a pena conferir também o curso aberto e gratuito Aprendendo a Aprender na plataforma Coursera. Até hoje, o melhor curso que eu já fiz na vida!
Bem, pessoal, por hoje é isso aí. Espero que vocês tenham gostado e que as dicas sejam úteis se você está pensando em evoluir no aprendizado de um idioma. Por favor, fiquem à vontade para deixar dicas, sugestões, comentários e críticas, aqui ou na nossa página no Facebook.
BOA SEMANA!
BOAS LEITURAS!

1 Mais informações sobre o Common European Framework of Reference for Language Learning and Teaching nesta reportagem:
2 Mais informações sobre as atividades para aprender alemão propostas pela Deutsche Welle:
3 Dicionário Leo:
4 Mein Deutsch Buch para gramática:

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