BOM POVO CRITÃO, VIM AQUI PARA MORRER DE ACORDO COM A LEI!


Ana Bolena (1501/1507-1536) foi a segunda esposa de Henrique VIII e Rainha Consorte do Reino da Inglaterra de 1533 até a anulação do seu casamento, dois dias antes da sua execução.

Retrato de Ana Bolena.

Ela é considerada a rainha consorte mais polêmica da História da Inglaterra. Ela inspirou várias biografias e o obras ficcionais. Entre elas, a ópera Anna Bolena, em dois atos, de Gaetano Donizetti e livreto de Felice Romani e estreado no Teatro de Milão em 1830. Essa obra teve, entre suas intérpretes, a cantora Maria Callas, que já foi tema do nosso vídeo anterior.

Ana Bolena real foi educada na França, como dama de companhia de uma rainha de lá. Na adolescência, possivelmente aos 16 anos, ela voltou para a Inglaterra e passou a integrar a corte do rei Henrique VIII. Dois anos mais tarde, ela se apaixonou por ele, que já era amante da irmã mais velha dela, Maria Bolena (que mulherengo!). Mas o rei já era casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, mãe da futura rainha Maria Tudor.

Para se casar com Ana Bolena, Henrique VIII pede o divórcio de Catarina de Aragão ao Papa Clemente VII, que o recusa. O rei então rompe com a Igreja Católica Romana e funda a Igreja Anglicana. Nessa igreja, ele se divorcia de Catarina e se casa com Ana Bolena em 1533, quando ela tinha por volta de 26 anos, grávida da futura rainha Isabel I da Inglaterra. Isabel, conhecida como a Rainha Virgem, reinou depois que sua meia-irmã Maria Tudor foi executada. Que confusão, né?

Mas voltando à história de Ana Bolena... As gestações seguintes acabaram em abortos e natimortos. Logo em seguida, Catarina morreu, possivelmente de um câncer. Ana não guardou luto, como a etiqueta da corte ordenava. E o rei Henrique VIII começou a se afastar dela, tornando-a vulnerável a intrigas. Para completar, o rei começou a ter outra amante, Joana Seymour, que viria a ser sua terceira esposa.

Por intrigas da Corte (talvez até apoiadas pelo rei), Ana Bolena acabou presa e condenada, juntamente com seu irmão Jorge, por adultério, incesto e alta traição. Acredita-se que quem articulou essa “artimanha” para a execução de Ana Bolena, foi o político Thomas Cromwell. Embora ele não tenha fabricado as provas de adultério (tudo indica que Ana fora mesmo adúltera), todo o processo foi uma farsa jurídica.

No dia de sua execução, Ana mostrou-se resignada e suas últimas palavras foram:

Bom povo cristão, vim aqui para morrer, de acordo com a lei, e pela lei fui julgada para morrer, e por isso não vou falar nada contra ela. Não vim aqui para acusar ninguém, nem para falar de algo de que sou acusada e condenada a morrer, mas rezo a Deus para que salve o rei e que ele tenha um longo reinado sobre vós, pois nunca um príncipe tão misericordioso esteve lá: e para mim ele será sempre um bom, gentil e soberano Senhor. E se qualquer pessoa ponha isso em causa, obrigá-la-ei a julgar os melhores. E assim deixo o mundo e todos vós, e sinceramente desejo que todos rezem por mim. Ó Senhor, tem misericórdia de mim, eu louvo a Deus a minha alma.”

Existem vários livros inspirados na história dessas mulheres fortes da Inglaterra. Entre elas, destacam-se as obras da escritora Philippa Gregory. O livro A irmã de Ana Bolena conta a história a perspectiva de Maria Bolena, que já era amante do rei, e perdeu a competição para sua irmã mais nova.

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BOA SEMANA!
BOAS LEITURAS!


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