ALEMANHA - AACHEN - PARTE II
Fim de semana passado estive nos Países
Baixos, nas cidades de Amsterdan e Maastricht. Neste fim de semana, estive na
Bélgica, nas cidades de Bruxelas e Bruges. Mas acho que deveria compartilhar
mais do que estou vivendo e aprendendo sobre cultura alemã, do que fazer um
descritivo das viagens de fim de semana. Talvez, quando eu voltar para o
Brasil, escreva mais sobre esses outros países.
Emmanuel Macron, presidente francês, e Angela Merkel, primeira-ministra alemã (em alemão, chanceler). |
Em Aachen, a notícia mais falada da semana
é o encontro da chanceler alemã, Angela Merkel, com o presidente francês, Emmanuel
Macron. Eles vão se encontrar aqui em Aachen na próxima terça-feira para negociar um
acordo relacionado à União Europeia (agora, sem o Reino Unido). Após uma
consulta popular (Brexit), o Reino Unido decidiu sair da UE em 2016, mas essa
saída ainda não ocorreu até agora. A data limite para que isso ocorra é março
de 2018. Existe muito debate e muita discussão sobre essa saída e suas
implicações. A melhor explicação sobre o tema que eu encontrei foi o Podcast
Café da Manhã, uma parceria entre o Spotify e a Folha (confira clicando aqui). Esse é um tema sobre o qual você precisa ter uma opinião se estiver vindo para Europa, porque todo mundo vai comentar e falar sobre.
Imagem gratuita retirada do site BixaBay, simbolizando a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). |
Muitos dizem que a escolha de Aachen para
o encontro é simbólica. Aqui os locais dizem “Nós vivemos a Europa” (e não “Nós
moramos na Europa). Para eles, Aachen representa o berço da civilização
europeia. Seria uma maneira dos governantes francês e alemão dizerem ao Reino
Unido: “A Europa existe sem vocês”. Arrogante, mas verdadeiro.
Aachen tem um doce típico chamado printen e lojas especiliazadas só nesse tipo de doce. |
Esse é o assunto político mais importante
internacionalmente. Depois disso, quero mudar o tema da nossa conversa para “aquecimento”.
Não aquecimento global, aquecimento de casa mesmo. Finalmente, entendi como os
alemães usam o aquecedor.
Estava indo para o curso com um grupo de
brasileiros e passou uma moça correndo. Provavelmente ela era brasileira
também, porque usava uma camiseta da Caixa Econômica. E um colega comentou: “Gente,
acho que ela não deveria correr usando tão pouca roupa. Nenhum alemão corre
assim. Custa imitar os nativos? Ela vai ficar doente assim.”
Escultura do centro de Aachen. |
Daí passamos para o assunto: uso do aquecedor.
Um colega que já fez intercâmbio na Alemanha durante o ensino médio falou sobre a experiência dele com o uso de aquecedores. Isso é
muito comum, praticamente todos os alunos que têm nível de alemão para ganhar
essa bolsa do DAAD já viveram antes na Alemanha. Gente, não existe milagre,
não. Tudo precisa de investimento, além de esforço pessoal e empenho. Nesse
sentido, o programa Ciência Sem Fronteiras permitiu que muitos estudantes de
classes mais baixas alcançassem o nível para competir por uma bolsa como essa.
Segundo esse colega que já morou na
Alemanha, os alemães nunca dormem com o aquecedor ligado, por duas razões: (1)
resseca muito o ar e (2) sair de um lugar muito quente para um lugar muito frio
pode causar resfriado. Quando eu recebi a chave do quarto, a moça me explicou
que era para deixar as janelas do quarto abertas durante algumas horas por dia.
Depois fechá-las para, só então, ligar o aquecimento. Então, os alemães aquecem
e resfriam os cômodos da casa todos os dias.
Principal teatro de Aachen. |
Comentei isso com um amigo canadense e ele
me falou: “No Canadá, não fazemos assim. Se você fizer algo assim lá, você
congela.”. Ele me perguntou se os aquecedores na Alemanha são à base de água ou
elétricos. Eu não sei responder ao certo, mas parece que são à base de água. O
canadense falou que talvez isso explique porque os alemães têm que abrir as
janelas durante o inverno... Mas eu não entendi direito. Aquecedores à água
ressecam mais o ar?
Esse mesmo amigo também contou que, em
Nova Iorque, o sistema de aquecimento é ainda menos eficiente. Parece que por
lá existe uma lei que diz que o proprietário é responsável em manter qualquer
parte do prédio acima de uma determinada temperatura em qualquer época do ano.
Por causa disso, os proprietários mantêm os prédios superaquecidos. Em alguns
casos, os escritórios têm ar condicionado para resfriar o ambiente aquecido do
prédio. Então, no inverno, eles podem gastar energia, ao mesmo tempo, com
aquecedores e ar condicionados.
Igreja católica erguida em 1508 em homenagem ao santo Follian (bispo da região). |
Perguntei sobre aquecimento para outro
amigo que trabalhou e morou muito tempo na Suécia e ele me disse que nunca
ligou o aquecimento como os alemães fazem e que nenhum sueco falou para ele
fazer desse jeito. Ele inclusive achava que se fizesse isso na Suécia, iria
congelar como no Canadá.
Não cheguei a lê-lo, mas na primeira vez
que vim à Alemanha (2012), comprei um livro em inglês e alemão chamado Como se tornar alemão (Wie man Deutscher wird in 50 einfachen Schritten / How to be German in 50 easy steps: Zweisprachiges Wendebuch Deutsch/Englisch). O autor é um
jornalista (acho que norte-americano), que mora na Alemanha há muitos anos. No livro,
ele fala, com muito humor, da fissura dos alemães por manter a janela aberta no
inverno. Ele chegou a perguntar para uma namorada alemã se ela achava que eles
iriam morrer sufocados ou algo assim...
Capa do livro sobre como se tornar alemão. |
É diferente. É um pouco engraçado. Parece
energeticamente ineficiente. Mas cada povo com sua cultura. Já me adaptei com
manter os ambientes sempre um pouco frios durante o dia por causa das janelas
abertas. Encontrei um estúdio de Yoga. Para praticar Yoga, é até gostoso.
Estou com problemas com a internet aqui.
Então, embora esteja escrevendo este texto no domingo à noite, infelizmente,
não sei quando conseguirei postá-lo. Mil desculpas.
Muito obrigada a você que
acompanha o nosso trabalho. Por favor, fique à vontade para deixar seus
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BOA SEMANA!
Acho bom vc contar da beleza da Bélgica sim ! :):):) (Ré)
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