ALEMANHA - KARLSRUHE - PARTE II

E a viagem continua... Voltamos para Alemanha, pelo aeroporto de Baden-Baden. Karlsruhe é uma cidade linda. Mas, já estou em Aachen, então, está um pouco difícil escrever de memória.

Tribunal Constitucional Federal da Alemanha.
O Tribunal Constitucional Federal da Alemanha (uma espécie de Suprema Corte) fica em Karlsruhe. É muito interessante como o sistema judiciário alemão funciona. Vale a pena dar uma conferida no link da Wikipédia em português. Infelizmente, não pude entrar por questões de segurança.

Castelo de Durlach.

Também fomos para um vilarejo próximo chamado Durlach. O fundador de Karlsruhe era o marquês de Baden-Durlach. Em Durlach, há uma montanha e um castelo. Para subir a montanha, usa-se um funicular (uma espécie de trenzinho), alegadamente o mais antigo da Alemanha.

Funicular mais antigo da Alemanha.

A primeira vez que andei em um funicular foi em Paranapiabaca, cidade de Santo André na Grande São Paulo. Lá eles explicaram direitinho a diferença entre trem e funicular. Além disso, a vila inglesa é muito acolhedora e bonita. Se tiver oportunidade, vá conferir! Saiba mais clicando aqui.

Parque em Durlach

Agora voltando para Alemanha. O clima estava muito nublado. Mas andamos ao redor do castelo e pela floresta. No meio da mata, encontramos um parque fantástico para crianças brincarem (provavelmente, no verão). Achei fantástico! Se eu fosse uma criança alemã e tivesse um parque daqueles perto da minha casa, eu iria brincar muito.

Museu da Literatura.

Em outro dia, visitamos o Museu da Literatura de Karlsruhe, que prestigia os escritores da cidade e da região. Lá também têm livros da Idade Média, manuscritos e obras raras. Uma curiosidade que não sabia é que a primeira tradução escritor italiano Curzio Malaparte (1898 – 1957) foi feita em Karlsruhe. No livro, A Pele, o escritor criticava uma autoridade local da cidade. Esse oficial abriu um processo contra o escritor. Acabou não dando em nada, mas ajudou a promover o livro internacionalmente.

Museu da Literatura.

Os principais escritores homenageados são: Johann Peter Hebel e Joseph Victor von Scheffel. Von Scheffel era filho de pais que viviam juntos, mas nunca se casaram (isso em 1826). Ele sofreu uma doença nos olhos e teve que superar muitas dificuldades para vencer a cegueira (assim como Machado de Assis).

Homenagem a Joseph Victor von Scheffel nos jardins do castelo de Heidelberg.
Além disso, o filósofo Heidegger era da região (Baden-Wüttemberg). Ele escreveu biografias sobre escritores da sua região, sobre o Hebel e sobre o monge católico Abraham a Santa Clara.
Entre as mulheres, destaca-se Caroline Louise von Baden (1723-1783), esposa do marquês de Baden, que exercia a profissão de ilustradora de livros. Também teve Bettine von Armin (1785-1859), uma escritora defensora dos direitos da mulher. A escritora Karoline von Günderrode (1780-1806), que teve uma vida trágica. Também descobrimos as escritoras Annette von Droste-Hülshoff (1797-1848), Hermine Villinger (1849-1917), Marie Luise Kaschnitz (1901-1974), Lotte Paepcke (1910-200) e Annette Kolb (1870-1967). Esta última teve suas obras proibidas pelo governo de Hitler e foi forçada a viver no exílio.

Vista da cidade e do castelo de Heidelberg, a partir dos jardins do castelo.
Depois disso, fui dar uma volta em Heildeberg, uma cidade próxima, famosa pelo castelo. Lá também tem o funicular “mais antigo da Alemanha”. O escritor von Scheffel trabalhou e morou por lá. O escritor Goethe vinha sempre pela região (tanto em Heidelberg quanto em Karlsruhe) e teve um amor platônico por uma moça de Karlsruhe chamada Friederike Brion. Vi um clube de falcoaria em Heidelberg. O primeiro da minha vida. Mas sabia que existe no Brasil também.

Ano Novo em Karlsruhe. A pirâmide é o local onde está enterrado o fundador da cidade.

Dia 31 de dezembro, fui ver os fogos no centro da cidade. Os alemães não podem comprar fogos de artifício e soltá-los, exceto neste dia. Então eles vão para o centro e soltam. É muito perigoso, porque, muitas vezes, eles estão bêbados e não sabem manuseá-los. As imagens ficaram bonitas, mas é muito perigoso.
Para finalizar, antes de partir de Karlsruhe, visitei o Museu de História Natural. Fantástico! Têm animais vivos e empalhados, além de fósseis e uma coleção enorme de peças. Destaco que a parte de mineralogia começou com Caroline Louise von Baden (1723-1783). Ela era uma estudiosa do assunto e chegou a ser reconhecida pelos cientistas da época, pelo seu conhecimento em mineralogia. Ela parecia ser uma mulher dinâmica, à frente do seu tempo.

Museu de História Natural.
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