OSCAR, BERLINALE E MARIGHELLA

24 de fevereiro. Noite de premiação do Oscar, prêmio de cinema norte-americano. Esse ano, sem apresentador e sem nenhum filme brasileiro (infelizmente).


Este ano eu assisti alguns filmes que estão concorrendo (milagre!). Assisti Pantera Negra e Infiltrado na Klan. Os dois são muito bons. Parece que este ano, um forte candidato a melhor filme estrangeiro é o filme mexicano Roma, sobre uma empregada doméstica de uma casa rica na Cidade do México. Parece que o filme mexicano é semi-autobiográfico. A atriz que faz a protagonista é a indígena Yalitza Aparicio, que está concorrendo ao prêmio de melhor atriz. Na verdade, Yalitza é professora primária no México e este é o primeiro filme dela. Parece que sua indicação recebeu muitas críticas. Acredito que críticas sobre a atuação da atriz sejam pertinentes. Mas acho lamentável que ela também tenha recebido críticas por “ser indígena”.


Talvez essa seja uma boa hora de dizer que a gente teve um dia de projeto organizado pelo curso da Alemanha que envolvia ir à Berlinale, assistir a um filme lá e depois falar sobre um filme com o grupo. Eles deram para gente os ingressos da Berlinale (que, normalmente, são super difíceis de conseguir).


A Berlinale é o festival de cinema alemão, cuja premiação máxima é o Urso de Ouro (o urso é o animal símbolo de Berlim). É um dos três principais festivais de cinema da Europa, juntamente com o Festival de Cannes e o de Veneza. A Berlinale é diferente desses outros dois festivais, porque ela é mais politizada e, além disso, o Brasil tem mais tradição de participação em Berlim. Este ano, tivemos 12 filmes brasileiros.


Entre esses doze, o maior destaque foi para o filme “Marighella”. Primeiro filme dirigido por Wagner Moura e vivido por Seu Jorge. O filme é baseado em fatos reais e no livro biográfico Marighella – O Guerrilheiro que incendiou o Mundo de Mário Magalhães. No Brasil, tem gente que ama o Marighella e tem gente que odeia, mas a grande maioria da população não sabe quem foi Marighella. E isso não é acidental. É uma pobreza da nossa educação. Infelizmente Marighella ainda não tem data para ser lançada no Brasil.

Além disso, outro filme que teve um grande destaque foi o documentário Espero tua (Re)Volta da minha queridíssima Eliza Capai. A única produção 100% brasileira, que saiu premiada do festival. Já comentei o documentário dela É Proibido Falar em Angola. Relembre clicando aqui.

Para quem quiser assistir um resumo do Festival de Berlim, recomendo assistir pela Internet, o episódio dessa semana do programa Camarote 21 da Deutsche Welle (100% em português). Acesse o link clicando aqui.
Fiz uma referência cruzada entre os três filmes que eu conheço no Oscar (Pantera Negra, Infiltrado na Khan e Roma) e os festivais europeus. Dos três, só Roma foi aceito no Berlinale e a aceitação gerou polêmica por ser um filme Netflix. Pantera Negra foi destaque no Cannes, onde o diretor Coogler disse que decidiu fazer cinema depois de ter assistido o filme brasileiro Cidade de Deus. Roma foi rejeitado no Cannes. Infiltrado na Klan estreou no Cannes e levou o prêmio Grand Prix. Dos três, parece que só Roma foi aceito no Festival de Veneza e levou o prêmio máximo, o Leão de Ouro.
No Brasil, já participei do Festival de Cinema de São Paulo, do Festival de Cinema Francês Varilux e do Festival de Cinema Internacional do SESC. Ainda não fui, mas gostaria muito de ir ao Festival de Cinema de Gramado.
Bem, pessoal. Espero ter matado pelo menos um pouquinho da curiosidade de vocês sobre a Bélgica. Muito obrigada a você que acompanha o nosso trabalho. Por favor, fique à vontade para deixar seus comentários. Também é possível acompanhar as novidades pela nossa página no Facebook.
BOA SEMANA!
BOAS LEITURAS!


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