GENERA VERSUS MY HERITAGE: TESTE GENÉTICO DE ANCESTRALIDADE

Em 2020, eu aderi à moda de fazer exames genéticos tanto para saber a origem dos meus ancestrais quanto para saber sobre a minha saúde. Em janeiro, quando estava no Canadá, eu fiz o teste do MyHeritage e agora eu fiz o teste do Genera no Brasil.

Começando pela ancestralidade, seguem abaixo os dois resultados. O resultado da Genera deu mais europeu do que o do MyHeritage e menos americano. O Genera chama da “Oriente Médio”, o Magreb, região do Marrocos, Argélia e Tunísia. O My Heritage chama de Norte da África (classificação que está mais de acordo com o que eu penso).



De modo geral, achei o MyHeritage mais compatível com o que eu sei sobre a História da minha família. Por outro lado, o Genera investiu em trazer mais textos explicando onde ficam cada região. Isso é muito interessante. Seguem alguns trechos sobre Chifre da África:

A região do Chifre da África engloba Eritreia, Etiópia, Djibuti e Somália. Os mais antigos vestígios de humanos modernos foram encontrados na Etiópia (datando de 175 mil anos atrás), levando à hipótese de que esta seja uma possível região de origem da humanidade. Após a expansão humana e formação de comunidades locais por toda a África, os cuxitas (advindos do território entre Sudão e Egito), tendo descoberto a pecuária, dominaram a região do Chifre. No primeiro século EC, comerciantes árabes se integraram aos povos desta costa, dando início ao processo de miscigenação local - que seria depois expandido com os persas, indianos e indonésios.”

Já escrevi sobre os cuxitas no blog (relembre aqui).

Etiópia: origem do café


Imagem retirado do site PixaBay.


O café arábica, ao contrário do que o nome sugere, é originário da Etiópia. Há informações de que os grãos de café (e não a bebida) já eram consumidos na região há cerca de 2.000 anos. O café é uma parte integral da vida etíope, e seu consumo é cerimonial: os grãos são sempre comprados ainda verdes, sendo portanto necessário torrá-los, moê-los e fervê-los antes de poder apreciar a bebida. Logo após serem torrados, os grãos são aproximados dos rostos dos presentes, para que possam absorver - pelo olfato - as bênçãos do café.

Eu já fui à Etiópia e bebi esse café tradicional. Foi uma das melhores experiências gastronômicas da minha vida. Recomendo fortemente.

Seguem os textos de Oeste Africano (que é diferente do MyHeritage):

História

O ocidente africano abrange os atuais países Camarões, Gabão, República do Congo, Angola, Guiné Equatorial e trechos da Namíbia, África do Sul, República Centro Africana e República Democrática do Congo, bem como o arquipélago São Tomé e Príncipe. A região tem sido por muito tempo o lar dos povos Bantu (como os Bacongo, os Luba e os Lunda), cuja origem remonta a cerca de 2 mil anos AEC (Antes da Era Comum) na região da Bacia do Rio Congo. A Expansão Bantu, durante o primeiro milênio AEC, espalhou-os por quase todo o centro-sul africano. Na Idade Média, diversos Estados Bantu mantiveram o predomínio político na região, como o Reino do Kongo e o Reino Ndongo, cujas fronteiras se situavam onde hoje está localizada a Angola.”

 

Com o início do tráfico atlântico de pessoas, milhões de indivíduos Bantu do oeste africano foram levados e vendidos nas colônias na América para o trabalho escravo nas fazendas. Estima-se que, entre os anos de 1525 e 1851, mais de cinco milhões de africanos escravizados, em sua maioria provenientes da África Ocidental, tenham desembarcado no Brasil. Seu principal destino eram as fazendas no sudeste brasileiro, e sua presença deixou importantes marcas em nossa cultura.”

Português do Brasil

“Moleque”, “cachaça”, “dengo” e “cochilo” estão entre as palavras de origem Bantu que figuram entre as mais pronunciadas na nossa língua - também chamadas de bantuísmos. O que pouca gente sabe é que a influência que os idiomas africanos exercem sobre o português brasileiro vai muito além do vocabulário: mesmo nossa pronúncia, com muito mais ênfase nas vogais do que nas consoantes (ao contrário do português lusitano), bem como o ato de pronunciar as vogais de maneira mais aberta, são marcas linguísticas oriundas dos mais de quinhentos anos de intercâmbio cultural entre falantes europeus e africanos.


Imagem retirada do site PixaBay.


Futebol Bacongo

Os falantes do idioma quicongo são conhecidos como Bacongo, e abrangem uma gama de etnias muito presentes no norte de Angola e nos dois Congos. Como atitude de fortalecimento de sua identidade étnica, de maneira a superar fronteiras e segregações religiosas, eles costumam organizar campeonatos e torneios esportivos - especialmente de futebol - em que os times e torcidas são definidos por agrupamentos étnicos.

Para o texto não ficar muito longo, vou comentar as diferenças nos resultados de saúde (que são muito maiores!) nos próximos posts.

Muito obrigada por permitirem que eu compartilhe isso. Querendo saber mais novidades, vocês me acham no Facebook e no Instagram.

BOAS LEITURAS!


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