FRANKENSTEIN DA MARY SHELLEY - ALGUNS ANOS SÃO MAIS DIFÍCEIS DO QUE OS OUTROS
Boa noite, pessoas! Desculpem-me pelas duas
semanas de desaparecimento. Mas tenho, pelo menos, boas notícias para
compartilhar. Acabei de marcar a defesa da minha tese. Se tudo correr como
planejado, ela acontecerá no dia 20 de janeiro de 2020. Dia de São Sebastião e
aniversário da cidade do Rio de Janeiro, mas essa já é outra história.
Voltando às realizações. Nesta semana, tive
17 defesas de alunos orientados por mim no curso de MBA de Gestão de Projetos.
Todos foram aprovados direto e 6 deles obtiveram a nota 10. Considero que isso
foi um marco de sucesso na experiência de orientadora. Adoro orientar, mas ainda
busco mais reconhecimento.
Aqui é um blog sobre leituras, mas confesso
que consegui ler bem pouco nas últimas semanas. Continuo lendo o livro Inteligência Artificial – Como os
robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos, trabalhamos
e vivemos do
ex - executivo da Google e hoje mega investidor na área de startups de
tecnologia Kai-Fu Lee. Leitura super-interessante, mas,
como eu disse, faltou tempo para terminar.
Nos intervalos, também estou lendo um livro
espiritual chamado Cuzarí
(ou Kuzari em inglês). Trata-se de um
livro escrito em árabe, por volta do ano 1140, provavelmente pelo judeu
espanhol Yehuda Halevi (1075 – 1141), que também era
médico, poeta e filósofo. Também é uma leitura interessantíssima, mas só devo completa-la
nas próximas semanas.
Hoje assisti a um episódio do Café
Filosófico que fez referência a um livro clássico que li há pouco mais de um
ano (bem antes de ir para o Canadá) e senti vontade de escrever sobre ele: Frankenstein da
autora britânica Mary Wollstonecraft Shelley (nascida Godwin em Londres
em 1791 e falecida também em Londres em 1851).
Mary Shelley era filha da escritora
feminista Mary Wollstonecraft (1759 – 1797). É difícil
saber o quanto a genialidade da mãe influenciou a filha, porque Mary Shelley
ficou órfã aos 6 anos, quando sua mãe morreu no parto da segunda filha.
Curiosidades da vida, quando eu estava no ensino médio, eu tive uma professora de Língua Portuguesa, que tinha uma cachorrinha chamada Mary Shelley. Ela era super fã da autora. Mesmo assim, eu só fui ler Frankenstein mais de vinte anos depois. Aproveito aqui a oportunidade de deixar meus agradecimentos a ela. Muito obrigda, Theresa.
Mary Shelley tornou-se mundialmente famosa
por sua obra Frankenstein: ou O Moderno
Prometeu. Escrito entre 1816 e 1817, quando a autora tinha 19
anos e publicado, com pseudônimo, em 1818, quando a autora tinha 20 anos. Em
1931, foi publicada a terceira edição revisada, que é considerada a versão
definitiva. Atualmente o romance já vendeu (e continua vendendo) diversas
cópias e foi traduzido para muitas línguas. Também passou por diversas
adaptações para a televisão e cinema.
Muita gente acha que Frankenstein era o
nome da criatura monstruosa, criada a partir de partes de cadáveres costurados
e trazido a vida por meio da eletricidade (uma novidade à época). Mas,
provavelmente, foi o cinema que deu esse nome ao monstro. No livro, a criatura
não tem nome e o médico que a criou é que se chama Dr. Victor Frankenstein. Outra
coisa que pouca gente sabe é que a estória se passa quase inteiramente na
Suíça, só no final, os personagens vão para o Pólo Norte (na época também
completamente inexplorado e totalmente desconhecido).
O vídeo que eu vi traçava um paralelo entre
a criatura e o nosso desejo de likes,
nossa vida na sociedade moderna. No fundo, o monstro buscava ser aceito e
integrado, mas não conseguia ver e aceitar a si mesmo, por causa da sua própria
feiura e monstruosidade. A autora explora a relação entre criatura e criador de
uma forma genial, expondo nossa natureza humana e nossos anseios mais
profundos.
É impressionante saber que uma autora tão
jovem foi capaz de escrever um clássico universal com tanto talento. Eu também
me impressiono em pensar como aquele ano de lançamento do livro (1818) foi difícil
para Mary Shelley. O livro foi lançado em janeiro de 1818, quando a autora, aos
20 anos, ela já tinha perdido uma filha (a Clara, com menos de 1 ano, em 1815).
No final do mesmo ano, ela perderia mais uma filha (a Clara Eveina, com menos
de 2 anos) e, no começo de 1819, seu último filho até então (o William, com
menos de 3 anos). Eu imagino que aquela dor tenha impulsionado a autora a se
dedicar à escrita, à revisão e à publicação de obras tanto dela quanto do
marido, o poeta Percey Shelley. É uma alegria lembrar que, em 1819, nasceu o
único filho que chegou a idade adulta, o Percey Florence. Às vezes a gente têm
anos difíceis em que tudo parece desabar, mas, logo em seguida as coisas mudam
e florescem, atingimos grande sucesso nas mais diversas áreas da vida.
Bom já falei demais sobre Frankenstein da
Mary Shelley. Se você ainda não leu, leia neste fim de ano. Vale muita pena. Se
você leu e gostou, minha outra dica de livro, com uma temática um pouco similar,
é o Golem do Nobel de
Literatura Isaac Bashevis Singer (1902 – 1991). Li este livro quando o blog ainda se chamava 500livros (relembre clicando aqui).
Muito obrigada por permitirem que eu compartilhe isso. Querendo saber
mais novidades, vocês me acham no Facebook e no Instagram.
BOA LEITURAS!
Parabéééns, minha querida! Muitas realizações em sua brilhante carreira! Muito sucesso na defesa da sua tese!!! Adoraria assistir! Eu não sabia sobre esses detalhes da história da Mary Shelley, fiquei ainda mais impressionada em relação à sua obra prima!
ResponderExcluirMuito obrigada, Rô. Assim seja para nós!
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