A POSSIBILIDADE DE TRANSIÇÃO DE CLASSE SOCIAL E SEUS IMPACTOS NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

 

Boa noite, turma! Hoje eu ensinei uma palavra nova para alguém, o termo em inglês “social class transitioner”, traduzindo literalmente seria “pessoa que fez uma transição de classe social”. Para ficar mais fácil, vou inventar a palavra “transicionadores”.


Esse é um termo que eu encontrei no artigo “Social Class Transitioners: Their Cultural Abilities and Organizational Importance” (“Transicionadores de Classe Social: Suas Habilidades e Importância Organizacional”), escrito por um professor norte-americano e um canadense, publicado no Academy of Management (reconhecido como um dos melhores jornais de Administração do mundo) em julho de 2019 (acesse o link aqui). Sim, existem grandes pensadores da Administração que se dedicam a estudar esse fenômeno, onde ele existe.





Transicionadores são pessoas que, durante a vida, mudaram de classe social (tanto para cima quanto para baixo). Para que isso aconteça, antes de tudo, é preciso que estejamos falando de uma sociedade onde a transição de classe é possível. Em muitas, não é.


Pode surpreender, mas, na minha visão, se houvesse um ranking mundial de países para medir o grau de possibilidade que uma pessoa tem de transicionar de classe durante a sua vida em um país, o Brasil estaria em uma posição bem alta nesse ranking, à frente da maioria dos países europeus (incluindo aqueles mais desenvolvidos).


Como é um jornal de administração, o foco do artigo, no caso, é a utilização/gestão dos transicionadores dentro de esquipes no ambiente de trabalho. Como utilizar as habilidades dos transicionadores para atingir melhor os objetivos da organização?


É preciso fazer outra ressalva. Essa pergunta só se aplica a empresas inseridas dentro de contextos sociais onde é possível a transição social e, a transição social por meio do trabalho (na maioria das vezes, qualificado por meio da educação formal). É preciso lembrar que existem sociedades onde a transição social é aceita e pode se dar por meio das uniões familiares (casamentos).


Em essência, a base teórica do liberalismo está alicerçada no objetivo de PERMITIR a transição social por meio do trabalho. É preciso esclarecer que "permitir" não quer dizer "obrigar as pessoas a querer transicionar de classe" e também não quer dizer "garantir que todas as pessoas que querem transicionar de classe vão conseguir". Ainda resta uma combinação de fatores que envolve esforço pessoal e aleatoriedade. O que o liberalismo se propõe é "permitir", isto é, "não proibir" e "não colocar empecilhos adicionais que impeçam definitivamente aquelas pessoas que querem transicionar de tentar fazê-lo". Isso é especialmente relevante no que diz respeito a jovens e crianças, que não podem ser "punidos" por quem são seus pais.


Acredito que, em economias como a norte-americana e a chinesa, a transição seja possível a um grande número de indivíduos (uma vez que já criaram um campo de estudos em teoria da gestão para essas pessoas).


No Brasil, ao contrário de outros países, a transição em si não é mal vista. Ninguém é criticado publicamente ou rejeitado por estar em uma classe social diferente da qual nasceu. Normalmente nós vemos isso como meritório. 


No entanto, na prática, essa transição, muitas vezes, se dá por ligações familiares ou um “combo” de ligações e trabalho. O concurso público (quando honesto), também pode ser uma ferramenta que possibilita a transição de classe. Acredito que isso tenha impactos na economia, principalmente, na produtividade. Mas isso já é assunto para outro post...

 

Muito obrigada!

Boas Leituras!

 

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