#partiu #Alemanha

18 de novembro de 2018. Depois de amanhã, completo 32 anos. A boa notícia da semana é... fui aprovada para a bolsa do Winterkurs do governo alemão (DAAD). São 6 semanas de curso de alemão e cultura alemã para alunos de graduação e pós.
Se vocês acompanham o nosso blog, vocês sabem da minha luta para aprender alemão (relembre aqui) e que conseguir essa bolsa era uma das minhas metas da virada do ano passado (relembre as metas da virada aqui e as metas corrigidas, quando decidi focar nessa bolsa, clicando aqui). Então estou com muitas esperanças  de que esse curso seja muito produtivo para o meu desenvolvimento como pessoa e profissional.
Sinto muita gratidão por todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para que eu conseguisse essa bolsa. Muito obrigada. O curso é de janeiro a fevereiro. Mas vou para Alemanha já em dezembro para passar o Natal e o Ano Novo com amigos. Nesses meses, a frequência das nossas postagens pode ficar comprometida. Mas vou tentar compartilhar as novidades.

Muito obrigada! - Imagem ilustrativa, retirada gratuitamente do Pixabay.

Meus amigos moram no estado da Bavária, sul da Alemanha. Depois vou passar quatro semanas na cidade de Aachen, no estado da Renânia da Norte-Vestfália, bem pertinho da Bélgica e dos Países Baixos (mais ou menos extremo oeste ao centro da Alemanha). Depois vou passar duas semanas em Berlin, a capital do país. Devo dar uma passadinha também em Frankfurt, a capital econômica, para visitar uns amigos.
Como sou uma pessoa que gosta de metas... Estou pausando quase todas as outras metas (risos! Prefiro pausar do que não cumprir) em prol dessa viagem, que vai acontecer em menos de um mês... Além de providenciar os documentos necessários, uma segunda meta interessante, é ler, pelo menos, os textos da Wikipédia sobre os quatro lugares principais, que eu vou visitar/morar. Acreditem, a última vez que eu fui para Alemanha (2012 ou 13?), eu não fiz nem isso. Só fui e cheguei lá... Penso que poderia ter aproveitado mais se tivesse me preparado melhor. Vocês se planejam muito quando vão viajar?
Além disso, tem as minhas metas de leitura daqui. Leio muita coisa paralela, que não coloco no blog. Final de ano, tem muito trabalho de conclusão de curso dos alunos do departamento onde eu faço pesquisa (Engenharia de Produção). Já li quatro este ano, só falta mais um.
Leituras por prazer e interesse? Estou lendo As Glândulas Endócrinas e a Nossa Saúde (eu me interesso muito por assuntos de saúde em geral) do Dr. Paul Dupont e a coletânea de contos Olhos D´Água, vencedor do Prêmio Jabuti (o maior prêmio da literatura brasileira) da escritora Conceição Evaristo.
Como eu vou para Alemanha, vale a pena falar sobre os ganhadores do Nobel de Literatura deste país. Segundo reportagem da agência alemã DW (em inglês, clicando aqui), dos 114 vencedores do prêmio, 13 eram escritores da língua alemão.

Castelo de Neuschwanstein, símbolo da Bavária e da Alemanha.

 Estava na meta de 2018, ler o livro Sidarta do Hermann Hesse em alemão. Estou pensando em migrar essa meta para 2019. Deve ser mais fácil comprar esse livro lá. Hermann Hesse (1877 – 1962) era alemão, naturalizado suíço, ganhou o Nobel em 1946 e o Prêmio Goethe, maior prêmio da literatura alemã, no mesmo ano. Não sou admiradora da obra dele (relembre os comentários sobre o livro Demian, clicando aqui), mas foi a indicação de um amigo que eu admiro muito pela inteligência e cultura, então, vou manter.
Outro grande Nobel alemão, que eu gosto muito das obras, é Thomas Mann (1875 -1955), vencedor do ano de 1929. A Montanha Mágica é um livro deste autor, de que gostei muito. Mas não tenho fluência no idioma (ainda!) para me arriscar a ler no original.
Entre as mulheres da literatura em língua alemã, laureadas com o Nobel estão Herta Müller (romena, naturalizada alemã, ganhadora de 2009), Elfriede Jelinek (austríaca, ganhadora de 2004) e Nelly Sachs (alemã, naturalizada sueca, ganhadora de 1966. A DW não conta ela, entre os representantes da literatura alemã, já explico o porquê).
Escritora Nelly Sachs, prêmio Nobel de 1973,
 só tem uma obra traduzida para o português.

Nelly Sachs (1891 – 1970) era judia, poetisa e dramaturga. Quando os nazistas tomaram o poder, ela entrou em pânico. Ela teve várias alucinações, paranoias e crises psicóticas sobre perseguições nazistas, o que a levou a ser internada em clínicas psiquiátricas. Fisicamente, ela conseguiu sobreviver, mas nunca se recuperou nos aspectos psicológicos. Ela foi amiga, correspondente e mentora de outros ícones da literatura tanto mais velhos (Selma Lagerlöf, escritora sueca e primeira mulher a ganhar o Nobel), quanto contemporâneo (o poeta Paul Celan) e mais jovens (Hans Magnus Enzensberger, autor do livro Hammerstein ou a Obstinação, já comentado aqui).
Só encontrei um livro da Nelly Sachs traduzido para o português. Ele se chama Poesias, foi publicado em 1973, pela editora Opera Mundi. Essa empresa não existe mais. Talvez alguns leitores já tenham visto aquela edição capa dura, branca, com um desenho do Picasso, em homenagem aos ganhadores do Nobel até aquele ano (1970 e poucos).

Escritota Elfriede Jelinek, prêmio Nobel de 2004,
a autora sofre de transtornos de ansiedade
que a impediram de receber o Nobel pessoalmente.
Ela possui duas obras traduzidas para o português.

Elfriede Jelinek é novelista e autora de peças de teatro, nascida em 1956. Ela ainda é viva e continua produzindo. Ela foi criada em Viena por uma mãe católica austríaca e um pai judeu tcheco. Ela estudou no Conservatório de Viena, onde obteve o diploma de organista. Além disso, ela estudou História da Arte e Dramaturgia. Ela se casou com Gottfried Hüngsberg, em 1974, aos 27 anos. Eles moraram em cidades diferentes por motivos profissionais durante muitos anos (isso era polêmico na época!).
A autora tem uma literatura engajada com forte crítica social. Ela ganhou o Nobel em 2004 e não foi receber. Ela enviou um vídeo, porque sofre de agorafobia e fobia social. Elfriede tem crises de ansiedade que a impossibilitam de realizar várias funções em seu dia a dia. Por exemplo, ela já disse que sonha em conhecer os arranha-céus de Nova Iorque antes de morrer, mas, até hoje, ela nunca conseguiu, porque tem crises de pânico ao entrar num avião.
Encontrei dois livros de Elfried Jelinek traduzidos para o português: Desejo (considerada sua obra prima, edição de 2013, editora Tordesilhas) e A Pianista (edição de 2011, editora Tordesilhas).

Escritora Herta Müller, Nobel de 2009,
sua obra é focada na crítica à ditadura da Romênia.
Possui sete obras traduzidas para o português.

Herta Müller, nascida na Romênia em 1953, também é viva e trabalha intensamente. A ficção de Müller é moldada na violência contra a minoria de fala alemã na Romênia durante a ditadura. Ela se formou em Letras na Romênia, começou a trabalhar como tradutora, mas, por se recusar a cooperar com a polícia secreta de seu país, teve que dar aulas no jardim de infância. Depois de várias tentativas de sair da Romênia, ela conseguiu sair com o seu, então, marido, o também escritor Richard Wagner. Em 1987, eles se mudaram para Berlin, onde ambos ainda vivem. Anos depois, ela passou a lecionar literatura em universidades alemãs e no exterior.
Achei sete livros de Herta Müller traduzidos para o português: Depressões (tenho e vou ler), O Compromisso, O Homem é um Grande Faisão no Mundo, Fera Dalma, O Rei se Inclina e Mata, A Raposa já era o Caçador e Sempre a Mesma Neve e Sempre o mesmo Tio.
Além dessas leituras, vou continuar com meta de ler a Bíblia todos os domingos. Estou no último capítulo de João.
Muito obrigada a você que acompanha o nosso trabalho. Por favor, fique à vontade para deixar seus comentários. Também é possível acompanhar as novidades pela nossa página no Facebook.

BOA SEMANA!

BOAS LEITURAS!

Comentários

  1. Querida amiga, boa viagem!!! Que seu estágio seja um período de vivências maravilhosas! Ansiosa para você compartilhar suas experiências e conhecimento aprendidos por lá! Divirta-se muito, estude muito, visite muito seus amigos!!! <3 <3 <3

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