EXPLORANDO O INTERIOR DO QUÉBEC


Tanta coisa para dizer... Em tão pouco espaço. Universidades, comidas, bebidas, cultura, cinema, música, literatura, imigração, carros elétricos, natureza, rios, lagos, animais, etc. Se vocês quiserem ler especificamente sobre algo, por favor, deixem nos comentários.
Por favor, me desculpem pelo atraso. Neste fim de semana, eu viajei para conhecer a Província de Québec. Acabei chegando muito tarde no domingo.


Parque das Nações em Sherbrooke.

SHERBROOKE – QUÉBEC
Eu saí de Sherbrooke, uma cidade universitária de cerca de 160.000 habitantes, para visitar a cidade Québec, capital da Província, cuja população é de cerca de 530.000 habitantes. A cidade de Québec fica a 237 km ao norte de Sherbrooke.


Vista do Rio Saint-Laurent - que também corta Montréal - a partir da cidade de Québec.

QUÉBEC - SAGUENAY
Também visitei Saguenay, uma cidade de 148.000 habitantes, 241 km ao norte de Québec. Em resumo, eu viajei quase 500 km ao norte da Província. Isso já é bem frio. Quanto mais ao norte, menos populoso, maior a altitude e mais frio.


Parque construído a partir de uma fábrica de papel abandonada em Saguenay.

PARQUE NACIONAL JACQUES-CARTIER
Para chegar a Saguenay, a gente cruza o Parque Nacional de Jacques-Cartier. Adoraria voltar outra vez para conhecer esse parque. Acampar e fazer atividades externas parece bem seguro no Canadá. Curiosidade história, Jacques Cartier foi o primeiro francês a chegar no Québec, por isso, ele é homenageado em todos os locais. Seria algo como o Pedro Álvares Cabral deles.


Parque Nacional Jacques Cartier

ALDEIA DE WENDAKE
O Canadá teve a sua história manchada por várias políticas de destruição de povos indígenas e sua cultura. Hoje o país se envergonha disso. Mais tarde, ainda escrevo só sobre isso. Mas, vamos começar pelas partes boas. Em inglês ou francês de modo geral, as palavras Indian e indien (índio) não são bem vistas. Assim como black ou noir (preto) - que é melhor do negro (negro), mas, mesmo assim, não fica bem.
Prefira sempre Native American ou Afro-American (Nativo Americano ou Afro-Americano). Mas o que eu acho mais legal do Canadá, é que aqui eles se referem aos povos ameríndios como “Primeiras Nações”. Os canadenses se veem como um país de muitas nações e, agora, reconhece os ameríndios como os povos das nações que chegaram primeiro.
Na cidade de Québec, vi placas e propagandas para visitar a aldeia de Wendake, que fica bem próxima da cidade. Pelas propagandas, parece um super spa de luxo. Um negócio milionário que os nativos americanos administram com sucesso. Também vi uma rede de loja de móveis e eletrodomésticos, de nativos americanos.

APRENDER FRANCÊS
Eu preciso enfatizar que todas essas “aventuras”, assim como a minha integração no Québec, são muito mais fáceis, porque eu falo francês.
Os québécoises (a população nativa daqui, não consigo me acostumar a usar a tradução, quebequenses) se sentem oprimidos culturalmente, porque todo o resto do Canadá fala inglês, além do vizinho, Estados Unidos. Para eles, é muito importante preservar a língua francesa.
É possível viver e trabalhar em Montréal, que é uma metrópole, sem falar francês. Mas os nativos consideram uma ofensa alguém viver, por exemplo, mais de dois anos lá e não aprender o francês. Por outro lado, é muito difícil viver e trabalhar em cidades como Québec, Sherbrooke e Saguenay sem falar francês.
Além dos cursos de francês gratuitos na internet (já falei deles em uma postagem anterior, relembre clicando aqui), que você pode começar aí do Brasil, o Governo da Província de Québec oferece cursos gratuitos de francês para estudantes e trabalhadores que morem aqui. Praticamente, pessoas com qualquer tipo de visto são elegíveis a ganhar essa bolsa para cursos gratuitos de francês. Em Sherbrooke, que é uma cidade relativamente pequena, existem cursos de manhã, de tarde e de noite. Se esse é o seu caso, se informe clicando aqui.
ESTRATÉGIAS PARA SE INTEGRAR NO QUÉBEC
Aqui eu comprei um caderninho que deixo sempre na minha bolsa, quando a pessoa fala uma palavra que eu não conhecia, eu pergunto como escreve e anoto no caderno, assim como o significado. O meu nível de francês é avançado, mas essa atitude mostra abertura para aprender, interesse na língua e que estou prestando atenção no que a pessoa fala. Está sendo uma estratégia útil para conquistar amizades aqui. Na verdade, nem fui eu que criei. Quando eu fazia Graduação na Escola de Engenharia de São Carlos (entre 2005 e 2009), a gente recebeu um aluno de intercâmbio da Alemanha, que fazia um caderninho para aprender português. Ele tinha um nível de português muito bom. Na verdade, estou copiando esse aluno do passado.


Filme de Québec, premiado no Festival de Cinema de Toronto de 2019.

Ainda estou lendo o livro Tout ce qu’on ne te dirá pas, Mongo. Falar que estou lendo um livro do Dany Laferrière também é uma boa estratégia para fazer amigos no Québec. Não conheci ninguém que não conhece ou não lesse o autor. Parece que ele é muito amado e muito admirado na Província.
Estou tentando criar uma rotina semanal de inserção comunitária. Às terças-feiras, vou ao cinema e assisto aos filmes daqui: Kuessipan e Il pleuvait des oiseaux. Já vi dois filmes baseados em livros. O cinema do Québec e o nível de financiamento que os produtores recebem é algo inacreditável, para alguém que veio do Brasil. Às quartas, frequento um centro budista e um amigo me recomendou que eu começasse a frequentar reuniões empresarias, o que eu vou fazer. Nos três ambientes, não há outros brasileiros. Isso me ajuda a me desinibir, desenvolver o idioma e conhecer mais da cultura daqui.
Muito obrigada a você que acompanha o nosso trabalho. Por favor, fique à vontade para deixar seus comentários. Também é possível acompanhar as novidades pela nossa página no Facebook e no Instagram.
BOA SEMANA!
BOAS LEITURAS!


Comentários

  1. Que fotos lindas!!! Quantas informações preciosas! Nós dá uma vontade instantânea de pegar um avião e passear com você! Espero usar essa dica do caderninho muitas vezes! 😍

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