ESTAMOS DE VOLTA!


Olá! Fazem duas semanas que não escrevo por aqui. Por favor, me desculpem. Na primeira semana, viajei para Goiânia. Lá tive a oportunidade de participar de um projeto de agricultura familiar no assentamento de Canudos, a 300 km da capital. É um projeto internacional envolvendo várias universidades no Brasil, no Reino Unido e no Peru. Quem quiser saber mais, por favor, acesse o site, clicando aqui.



O nome Canudos é uma homenagem ao movimento liderado por Antônio Conselheiro (1830 – 1897) na Bahia. Esse local foi destruído por uma guerra sangrenta. Muita coisa do que sabemos sobre esse episódio da História Brasileira foi escrito por Euclides da Cunha (1866 – 1909) no livro Os Sertões. Euclides da Cunha autor homenageado pela Feira Internacional do Livro de Paraty (FLIP) deste ano, que só homenageou três mulheres escritoras até hoje (relembre aqui).
Quando eu era estudante do ensino médio, eu tentei ler Os Sertões, mas acabei desistindo. Entre as várias descobertas que fiz nessas semanas de ausência, eu descobri o canal do Youtube da escritora e Professora Lilia Schwarcz. Esse canal me trouxe algum alento para entender e discutir a situação do Brasil atual. A Professora Lilia Schwarcz fez um vídeo para explicar Euclides da Cunha (duração de 4 minutos e 26 segundos), que compartilho abaixo.



Foi o canal dela que me levou a conhecer o Professor Sílvio Almeida. Um intelectual negro, advogado tributarista de formação, mestre e doutor em Filosofia, Direito e Economia, que acaba de lançar seu primeiro livro sobre a questão racial no Brasil, chamado Racismo Estrutural. Ainda não li a obra, mas assisti a várias entrevistas do autor no Youtube e estou com muita vontade de lê-la. A inteligência e conhecimento que o autor demonstra nas entrevistas é uma coisa impressionante.



Passada essa semana que estive em Goiânia, voltei para cidade onde moro e realizei a qualificação do doutorado. Qualificação é um exame preliminar para saber se o(a) candidato(a) está apto(a) para concluir seu doutorado. Correu tudo bem e fui aprovada. Mas, de qualquer modo, é estressante passar por um exame.
Eu planejei que meu visto canadense já teria saído agora. Porém ele não saiu. De todos os candidatos do ELAP, eu sou a única pessoa que ainda não teve o visto aprovado. Isso me lembra um pouco a História do escritor espanhol Cervantes (1547 – 1616). Ele tentou ir para vários locais e todas tentativas deram errado. Agora só me falta ter o talento para escrever um Dom Quixote! Risos.
Brincadeiras à parte. Estou mantendo a fé. Continuo estudando francês. Já li aqueles cinco livros que comprei na Bélgica no começo deste ano (relembre clicando aqui). O último que terminei de ler foi Stupeur et Tremblement da escritora belga Amélie Nothomb.


No Brasil, esse livro foi traduzido com o título Medo e Submissão. Trata-se de um romance autobiográfico da autora, que era tradutora e intérprete de japonês e foi trabalhar durante um ano em uma empresa japonesa, em 1990. Eu deveria ter lido este livro na faculdade, antes de iniciar a minha carreira profissional. Se eu achava que meu começo profissional tinha sido horrível, o dessa autora foi mil vezes pior. Ela mostra de um modo chocante um lado da cultura japonesa que nós, aqui no Brasil, geralmente ignoramos.
Terminada essa leitura e sem previsão de visto, mudei minha estratégia de aprendizado da língua francesa. Ainda tenho muitos livros em inglês e francês em casa, mas todos eles foram escritos por homens e eu estou com muita vontade de ler autoras mulheres.

Lucy Maud Montgomery, escritora canadense.

O Canadá tem inclusive uma ganhadora do Nobel (Alice Munro) e a autora Margaret Atwood, que inspirou as séries da Netflix Alias Grace e The Handmaid’s Tale. A escritora mais conhecida (e provavelmente amada) dentro do Canadá também é uma mulher, Lucy Maud Montgomery (1874 -1942), autora do livro Anne de Green Gables. Quero ler essas três autoras e descobrir mais algumas do Québec. Mas estou deixando para comprar e ler os livros delas quando eu estiver lá. Lembrando que, entre os autores homens, o Canadá também produziu os best-sellers As Aventuras de Pi de Yann Martel e O Paciente Inglês de Michael Ondaatje.
Por enquanto, quero estudar uma hora diariamente pelo site da TV5, uma estatal francesa que disponibiliza cursos do idioma gratuitamente para todos os níveis (acesse clicando aqui). E orar para o meu visto sair logo. Paralelamente, vou ler algum livro (escrito por uma mulher) que eu já tenha em casa e ainda não li. Estou pensando em Frankenstein.
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BOA SEMANA!

BOAS LEITURAS!

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